quinta-feira, 24 de junho de 2010

quinta-feira, 17 de junho de 2010

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Elogio da loucura (trecho)

"Enfim, quanto mais entra na velhice,
tanto mais se aproxima o homem da infância,
a tal ponto que sai deste mundo como as crianças,
sem desejar a vida e sem temer a morte."

terça-feira, 1 de junho de 2010

Noel Rosa e o presente do centenário

Que presente daremos nós a ele? Que presente poderá marcar esta data tanto quanto sua escola desfilar sua vida, suas canções e seu tempo?

Nós que tanto o cantamos pela vida a fora, por todas as nossas vidas.

Imagine a cena, você aí desse lado. Alguém nascido e criado em Vila Isabel, que nasceu e cresceu ouvindo "Feitiço da Vila", vem andado pelo boulevard e alguém freia o carro, desce o vidro e manda seco: "por favor, onde fica a Rua Noel Rosa?"

E você: hã, quê? Rua Noel Rosa... bem.. acho que... hummm! ... quer dizer.... acho que... acho que é melhor perguntar ao jornaleiro...

Só que o jornaleiro também não vai saber. O carro vai parar no petisco, no bar do Costa, no bar do Gaúcho e ninguém vai saber.

Mas há uma Rua Noel Rosa. Uma rua tão bonitinha, tão acolhedora, tão pequenininha que eu gostaria até de morar nela. Só que não fica exatamente em Vila Isabel, fica na antiga Aldeia Campista, entre Andaraí, Vila Isabel e a Tijuca. No google-earth está lá cravado: Andaraí.

Para ser exato. A rua principal ali é a Gonzaga Bastos que sai da Rua Barão de Mesquita até Vila Isabel. No meio dela há uma pequena rua em aclive forte chamada General Edmundo Gastão da Cunha. Ao final desta uma ruazinha sem saída, um 'cul-de-sac' retangular, digamos. Ali está.

Para ser mais exato ainda, há outra rua lá em Cosmos, na zona oeste, próximo à Estrada de Paciência, muito longe da Vila, paciência!

Dito isto aí vai meu conselho: se alguém te perguntar onde fica a Rua Noel Rosa, finja que não ouviu. O risco é mandar o pobre coitado para Cosmos ou fazê-lo ficar rodando pelas ruas da tão simpática Aldeia Campista, onde morou o não menos carioca, o pernambucano Nelson Rodrigues.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Se

Se és capaz de manter tua calma, quando,
todo mundo ao redor já a perdeu e te culpa.
De crer em ti quando estão todos duvidando,
e para esses no entanto achar uma desculpa.

Se és capaz de esperar sem te desesperares,
ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
e não parecer bom demais, nem pretensioso.

Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires,
de sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores.
Se, encontrando a Desgraça e o Triunfo, conseguires,
tratar da mesma forma a esses dois impostores.

Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas,
em armadilhas as verdades que disseste
E as coisas, por que deste a vida estraçalhadas,
e refazê-las com o bem pouco que te reste.

Se és capaz de arriscar numa única parada,
tudo quanto ganhaste em toda a tua vida.
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,
resignado, tornar ao ponto de partida.

De forçar coração, nervos, músculos, tudo,
a dar seja o que for que neles ainda existe.
E a persistir assim quando, exausto, contudo,
resta a vontade em ti, que ainda te ordena: Persiste!

Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes,
e, entre Reis, não perder a naturalidade.
E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,
se a todos podes ser de alguma utilidade.

Se és capaz de dar, segundo por segundo,
ao minuto fatal todo valor e brilho.
Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo,
e - o que ainda é muito mais - és um Homem!


Rudyard Kipling

Aldeia Campista, a história.

A história da Aldeia Campista teve início quando João batista Vianna Drummond, homem de espírito empreendedor, feito Barão 1 ano e 4 meses antes do fim do Império, adquiriui da Princesa Leopoldina a antiga Fazenda do Macaco.

Aldeia Campista é originalmente um bairro da cidade do Rio de Janeiro que surgiu com a implantação da Fábrica Confiança, no final do século XIX e com a conseqüente construção de casas para os operários. Os três apitos, que marcaram outrora os horários dos trabalhadores na fábrica, foram imortalizados na música de Noel Rosa, que como muitos, se refere ao local como Vila Isabel, embora muitos insistam que a área pertença à Tijuca.

A Vila Operária ainda existe e conserva a arquitetura original. Localiza-se nas fronteiras, encravado, nos bairros da Tijuca, Maracanã, Andaraí e Vila Isabel. A região é formada por ruas residenciais que interligam esses bairros como a Gonzaga Bastos, Pereira Nunes, Dona Maria, Araújo Lima, Ribeiro Guimarães, a charmosa rua Noel Rosa e outras.

O bairro também foi imortalizado nas crônicas e contos de Nelson Rodrigues. O autor, que em 1916 morou ali, inspirou-se no cotidiano da Aldeia Campista para escrever “Engraçadinha” - que se passa numa praça que já não existe, além da maior parte da série “A vida como ela é”. Nesta encontram-se os nascimentos feitos por parteiras e os velórios em casa, os vizinhos cuidando uns das vidas dos outros, os hábitos das senhoras, a moda e a boêmia nas décadas de 30 a 50.

domingo, 30 de maio de 2010

sábado, 29 de maio de 2010